(des)vincular

Vindo do sono

Sinto o pesar

Apesar do sol

Me caçar

E tentar me

Motivar

Porém, o máximo

Que consegue

É me queimar

Pois me falta

Um víncular

Para desencadear

Meu levantar

Não sinto mais

O chamego

No doce contido

Em pêssego

Meu corpo desconhece

Sossêgo

Castigado

Em cesto

Preso em

Gesso

Esqueletos de memórias

Não me salvam de tramóias

A rotina me contia

Semeador de distrator

Não me faz mais o favor

E larga-me

Sem vigor

Promessa de prazer

Sem o trazer de remessa

Inviabiliza o acontecer

Não pude a isto me precaver

Agora o desvínculo irá

Prevalecer

Deste mal não posso espairecer

Arquitetura da vitalidade, desfazer

Planos para o coração, terei que

Esquecer

Pois mergulharei

Em arrefecer

E dele nunca mais

Sairei

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 19/10/2022
Código do texto: T7631360
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