Vida do avesso
O ambiente era frio e hostil
O amor beirava um precipício sombrio
E o ódio suncumbia a indecência
Tudo o que se ouvir era gritaria
Era a força do não querer e a pobreza do espírito
O sofrimento era perspicaz e a morte eficaz
Nesse lugar tão titubeoso nascera o amor
Era frágil, estúpido e pouco estável
Vigas de gesso estrutura de papel
Vida no inferno, sonho no céu
Nascituro fraco, massacrado e humilhado
Sujo, impuro, imundo
O sangue que limpara seu útero
Não passara de lama vermelha
Crescera este amor, em meio ao horror e ao terror
Subterrarse-a em meio aos lençóis freáticos de minhas lágrimas
Mais do que tristeza, profunda maleficênci
Decadência a quem a amou
Na deficiência de seus movimentos robóticos, agradar-á quem a pariu
Mais uma vez sucumbiu e deitou-se ao frio