APENAS ALGUÉM
Era apenas um andarilho
Um filho
Da desgraça
Alguém sozinho
Sem linho
Sem fração
Sem vida
Na praça anoitecida
Era alguém apenas
Que perdeu
O lume
O volume
A nuança
A lucidez
Alguém que desfez
Da aliança
Que desistiu
Do amor
Que não cumpriu
Seu dever
De cidadão
Que não tinha o perfil
De um sonhador
Alguém que morreu
E ninguém vai dizer
Que pena!
...
Era a lua que apareceu
Mesmo sem ser
Noite dela
Era uma lua tão bela
Sobre o corpo na horizontal
Ah! Era uma cena
Poética – angelical.