Joguei nos ombros a tristeza...

A bagagem parece mais leve quando a assentamos nas costas.

Aceitei em minha pequenez, o destino:

Tolo, invasivo.

 

Quisera eu apagar as dores com a borracha da astúcia.

Ou quem sabe passar um corretivo nas trajetórias que doeram?

Estigma de corte de alma não tem plástica que apague.

Propague!

Quando a dor te envolve é preciso abraça-la...

 

A dor, ainda que de repente, vem tomando conta do ambiente.

Faz tudo ficar em tons de cinza.

A tristeza (que não é passageira).

Fez-me companhia a tarde inteira.

 

Apoiada em meus ombros, fez-se gigante.

E por um instante, entre a fantasia e a esperança.

Sentou-se no vazio.

Quisera eu puxar-lhe o tapete.

Mas era a mim que se prendia.

 

Ainda que eu tentasse fugir.

Não pude deixar de sentir...

Seu peso deixou-me cansado.

Fez-me refém, desanimado.

 

Quisera eu, a memória apagar.

Deixar fluir alegrias.

A tristeza enterrar.

Mas como sou humana...

 

Nada posso controlar...
Nessa vida mundana.

Humano, um tanto...
Tenho que aprender a suportar (me).

Mônica Cordeiro e Abreu Lima
Enviado por Mônica Cordeiro em 29/09/2022
Reeditado em 29/09/2022
Código do texto: T7617195
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