ARREPENDIMENTO TARDIO
São mais de dezoito anos de sofrimento
Tento viver a vida da melhor maneira
Fiz muito mal, cometi grande asneira
Que ficou guardada em meu pensamento
Sofro demais de alguns anos para cá
Minha vida daria um livro de história
Com minha passagem aqui transitória
Esse dilema, um dia, se autodestruirá
Hoje ela tem mais de dezoito anos
Não sei onde minha filha pode estar
Eu a abandonei sem ao menos a registrar
Não sei de sua vida, dos seus planos
Ela pode até já ter passado por mim
Ou me cumprimentado em algum lugar
Sei que tudo que eu passo estou a pagar
Com certeza qualquer outro sofre assim
Na barriga da mãe perto de nascer
Sabendo já que era uma menina
Esse aqui hoje infeliz em sua sina
Nem esperou o parto acontecer
Largou a mulher, ganhou mundo afora
Saindo em busca de outra aventura
Sem imaginar o quanto de tortura
Evitaria nesse momento de agora
E chorando de dor e arrependimento
Viu o tempo lhe cobrar por justiça
Talvez de outro ser filha postiça
Aquela por quem deveria ter sentimento
Daria tudo e até a minha inútil vida
Para saber onde minha princesa anda
Tornaria essa dor um pouco mais branda
Deixaria de mão o cigarro e a bebida
Esses vícios com os quais convivi
Desde aquela fatídica separação
Só me fazem doer o coração
Tardiamente isso eu descobri
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(Esta é uma obra de ficção, só que tem tudo a ver com a realidade)