Mortificada

Que dias de angústia, lágrimas e despero.

Ainda não estou em mim.  E como se eu  fosse uma projeção e abismada assisto os fatos sem nada poder fazer.

Encolho-me num canto a espera de algum salvador, mas este não veem.

Ouço de todos os lados a acusações sem ninguém para acolher-me. Enquanto dedos em riste aponta-me,sem direito alguma defesa, ostento no peito a insígnia A em tom escarlate.

É a sim que me sinto, apedrejada e mais que as feridas do corpo alquebrado o que mais sangra e mortifica meu ser são essas  pústulas imperceptíveis aos olhos nus, mas tão vivas em minha alma.

Queria acordar amanhã e descobrir que tudo não passou de um sonho ruim.

E que um abraço seu ou até um sorriso tímido curaria todas essas chagas a fustigar meu ser.

Enfim me despeço lamentando tão fúnebres palavras.

Mas algo em mim morreu e não sei se mesmo teu amor genuíno por mim é capaz de ressuscitar a mulher que um dia fui e você amou

Fabiana Ferreira Lopes
Enviado por Fabiana Ferreira Lopes em 09/09/2022
Código do texto: T7601580
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