Ilusão de um poeta

O poeta está só

só diante do vento

da brisa vespertina

só em seu mundo

pequeno imenso mundo

O poeta escreve com suas

lágrimas

os versos dolorosos de seu

coração explodindo de paixão

solidão e ausência da alegria

O poeta navega em meio

ao fogo

as chamas frias da alma humana

navega e sofre

paixões e loucuras

O poeta ama e enlouquece

sua musa some

sorri e se deixa amar

por outros seres

na violência divina

onde sangue e poesia

se derramam na arte da dor

O poeta banha se nas águas

impuras do mundo

grita, corrói sua inocência

nas páginas envenenadas

da arrogância humana

O poeta está só e cego

mudo e surdo

e sem amor e sem amar

sem paixões desenfreadas

nos tempos de Dante

Suas ilusões são seviciadas

nas sombras funestas da existência

puro agir do ódio e da dor

se perde pelo orvalho seco do pranto

se perde pela ardência férvida da fantasia.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 01/09/2022
Reeditado em 01/09/2022
Código do texto: T7595860
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