Ilusão de um poeta
O poeta está só
só diante do vento
da brisa vespertina
só em seu mundo
pequeno imenso mundo
O poeta escreve com suas
lágrimas
os versos dolorosos de seu
coração explodindo de paixão
solidão e ausência da alegria
O poeta navega em meio
ao fogo
as chamas frias da alma humana
navega e sofre
paixões e loucuras
O poeta ama e enlouquece
sua musa some
sorri e se deixa amar
por outros seres
na violência divina
onde sangue e poesia
se derramam na arte da dor
O poeta banha se nas águas
impuras do mundo
grita, corrói sua inocência
nas páginas envenenadas
da arrogância humana
O poeta está só e cego
mudo e surdo
e sem amor e sem amar
sem paixões desenfreadas
nos tempos de Dante
Suas ilusões são seviciadas
nas sombras funestas da existência
puro agir do ódio e da dor
se perde pelo orvalho seco do pranto
se perde pela ardência férvida da fantasia.