Alexitimia
Incapaz,
No silêncio,
Os olhos falam mais.
Incolor,
Na ausência,
O silêncio grita sem paz.
Mesmo insípido,
Teu toque,
Faz tremer Tudo, Tudo em mim tremia.
E treme, treme, treme e geme.
Inconsistências de emoções cegas,
Incoerência de palavras soltas.
Silêncio atordoante.
Antes, a firmeza de dias,
Hoje, só lembranças de prazeres que sentia.
Agora, nada.
Ontem, intensidade.
Amanhã, esquecimento.
Um novo encontro,
Inexistente, penso.
Insipido beijo pulsante de olhar errante.
Me faça acreditar!
Escolho o preto e branco de minha vida.
Escolho o preto e o branco.
Você me deixou sem cor.
Antes, eu, tudo era cor,
Era a cor de tudo que eu temia,
As cores que ficaram sem alquimia,
Sim, era tudo que eu temia,
Que somente teu silêncio ecoasse,
Em meus dias do sol de ontem e de hoje, que só anoitecia.
O sol do girassol, anoiteceu,
Me fez deixar de ser rei pra ser plebeu,
Me vejo no sangue da menstruação que desceu,
Que se esvai e nunca mais volta ao ventre que o verteu.
Em tudo você ainda existe,
Mas, penso que quer que eu pense que existia,
Em meus sonhos, ainda há alquimia,
Mas, acho que teu vinho virou sangria,
Não há mais gosto no paladar que sentias,
No olhar que antes vivia eu via,
E que ao longos dos anos morria,
Que me fez desejar o que nunca desejaria,
Sentir, diariamente, tua língua esguia,
Grandes lábios, doces, iguaria,
Que hoje se calam e ficam em silêncio,
Que me deixou no repente constante de uma eterna e insólita alexitimia.