Meus Ais

MEUS AIS

Nunca mais a lua ouviu meus ais,

Nunca mais transpassou tua luz em meu olhar úmido.

Nunca mais ouviu meu grito doído

Que sangrava em versos calados.

Nem me viu secar lágrimas de saudade.

Nunca mais viu meus braços

Estendidos em sua direção

Buscando entendimento

Às minhas interrogações.

Calei minha voz diante tua beleza,

E me banhei silenciosamente em teus raios prateados

Permitindo que os sonhos antes acalentados

Se realizassem com teu cheio luar.

Hoje, meu olhar calmo e sereno,

Vislumbra a luz através dos olhos semi-serrados

Misturei meus sonhos com o brilho dos teus raios,

E coloquei na voz o dom do silêncio.

Meus lábios ganharam novo som,

E meus versos outro tom.

Dos lamentos de ontem restou a certeza,

Que hoje devo revesti-los de sorrisos,

Não falsos, nem aflitos, mas sinceros.

Do clamor dos braços estendidos,

Ficou o silêncio

Não doído, e sim compreendido.

Porque entendi que a distância existe

E que, se os olhos não vêem o brilho,

No coração trago tua presença.

Jbazani

Buscadora
Enviado por Buscadora em 24/11/2005
Código do texto: T75772