TRINTA E DOIS
32 anos e ainda me vejo perdida
Não sei o que vim fazer aqui
Fico na espera de algo que não sei o que é
E que nem sei se virá.
Só sei que agora sou aquela que espera
E só espera, sem nem querer sair para viver
O que tem lá fora não me interessa
E o que tem aqui dentro de agonia.
Presa por uma corrente invisível que me prende
Aproveita que não quero e me aprisiona dentro de mim.
32 anos e ainda não sei porque estou aqui
Será que era minha sina viver infeliz?
Será mesmo que escolhi viver assim?
Sinto vontade de ter mais vida, mas nem isso depende mais de mim.
"Reaja!", eu escuto.
Me sinto uma inútil, pois nem escrever mais eu quero.
Que desperdício de vida com uma pessoa que não sabe viver.
Nada mais me dá prazer, sair para fingir é morrer.
Passo semanas sem nem colocar os pés fora de casa
Me sinto presa num casulo
Que minhas asas não conseguem romper, ou não querem.
E se não querem, por quê?