DO OUTRO LADO DA PORTA

 

 

 

 

 

Perto da porta sempre aberta e que nos separa,

me vejo no ontem.

No ontem em que me vejo, mora a infância,

existe paz e muita alegria!

Do outro lado da porta, sempre aberta,

onde mora o ontem,

há doçura, esperança e muita algazarra.

Brincadeira de criança, e eu estava lá!

Meu Deus, que saudade!

Saudade do ontem, onde só havia bonança

nunca tempestade! E eu estava lá...

Do outro lado da porta, no tempo de agora,

não mora o passado,

mas um medo medonho, do desconhecido...

a porta fechada, a espera de um amanhã

mais venturoso.

Tapete umedecido na entrada, com medo de gente...

Com medo do vírus...

E estamos todos fechados no lado de cá da porta,

da porta de casa no hoje da vida!

Tantas vidas ficaram pra sempre,

do outro lado da porta, que não mais se abriu.