Ecos
Saio de mim,
saio de ti,
não habito aqui,
nem ali.
Dou adeus,
não sou Deus,
não sou eu,
quem sou eu?
Quem fui?
Aonde estou?
Em estado de nigredo,
estou.
O lobo alquímico,
me devora,
dilacera minha pele,
retorno ao nada.
O nada me restou,
a tudo me levou,
ao abismo,
infindável da solidão.
Ao qual me encontro só,
nos ecos,
que o vento faz ressoar,
e aonde, vem a me levar.
Não tenho forma,
nem nome,
caminho só,
na desolação.
Me encaro aos ossos,
daquela água negra,
aonde não sonho!
E nem venho há sonhar!
O sussurro do vento,
em meu ouvido,
nesse imenso abismo,
serve para elucidar.
Que não há!
Que não tem mais,
e nem terá,
algo a se cultivar.
Nesse deserto seco,
aonde até teve,
a morte do medo!
Agonia vem a reinar.
A agonia de não saber,
para onde ir,
se fico aqui,
ou paro de escalar.
As paredes escorregadias,
com musgos,
que o abismo cedento,
vem a me devorar.
Se tu que lês,
tem a tolice de tentar me ajudar,
se elucida,
pois para cá.
Posso alegremente te arrastar,
tu não me verás,
pois na solidão do abismo,
luz não há.