SENDO ASSIM...
Deixa-me caminhar com
o fardo desse adultério.
A passos lentos adentrando
ao "carma de meu cemitério".
Deixa a mim, a incógnita da
vida que é curta.
Com a tristeza latente
e absoluta!
Deixa-me levar pelo destino
como consolo.
Deixa-me...
Andando a esmo feito um tolo!
Eu que pensava que sabia
muito da vida, não consigo
sequer sanar minha ferida.
Por isso vá!
Siga o teu caminho!
Pode me deixar sozinho!
Vá! Mas não bata a porta,
para não assustar uma
esperança remota.
Siga o caminho que lhe convém.
Eu não tenho mais um norte.
Cada um tem a sorte que
lhe provém.
Deixa-me tentar um pouco
mais de vida.
Antes que volte a sangrar
essa ferida.
Deixa... Me deixa!
Assim, à espreita da morte.
Deixa a mim!
J.M. 02/01/22