Diário
Diário, 18 de junho de um ano qualquer...
É um dia cinza
Cinza e frio.
Triste e desesperançoso
Como eu.
A chuva outrora vai e vêm
Como minhas lágrimas
Houve um tempo
Que jurei
Nunca mais tamanho suplício
Mas nunca fui boa em cumprir
Aquilo que prometo para mim.
Dizem ser a felicidade um momento
Será a infelicidade igual?
Será que já estive tão infeliz e só
Como nesse dia?
Tempo atrás a bebida ou o barulho e luzes
Entorpeciam a dor...
Agora nem o álcool aplaca o furor de meus ais.
E quantos ais, tantos por quês e nenhuma resposta.
Meu coração contrito pulsa aflito.
É só mais um dia esvaindo-se de mim.
Olho meu reflexo
Nem o vermelho dos cabelos
Encobrem toda tristeza
Que de mim se apossou.
Em qual estrada tortuosa eu me perdi de mim?
As horas passam lentas
Meus lábios queriam cantar alguma canção
Mas tudo que sai são gemidos e murmuração.
Caída nesse poço sem fundo
Eu torço para que tudo se acabe.
E depois de um dia cinza
Assim como sol possa surgir
Eu consiga ser um pouco feliz.