Diário

Diário, 18 de junho de um ano qualquer...

É um dia cinza

Cinza e frio.

Triste e desesperançoso

Como eu.

A chuva outrora vai e vêm

Como minhas lágrimas

Houve um tempo

Que jurei

Nunca mais tamanho suplício

Mas nunca fui boa em cumprir

Aquilo que prometo para mim.

Dizem ser a felicidade um momento

Será a infelicidade igual?

Será que já estive tão infeliz e só

Como nesse dia?

Tempo atrás a bebida ou o barulho e luzes

Entorpeciam a dor...

Agora nem o álcool aplaca o furor de meus ais.

E quantos ais, tantos por quês e nenhuma resposta.

Meu coração contrito pulsa aflito.

É só mais um dia esvaindo-se de mim.

Olho meu reflexo

Nem o vermelho dos cabelos

Encobrem toda tristeza

Que de mim se apossou.

Em qual estrada tortuosa eu me perdi de mim?

As horas passam lentas

Meus lábios queriam cantar alguma canção

Mas tudo que sai são gemidos e murmuração.

Caída nesse poço sem fundo

Eu torço para que tudo se acabe.

E depois de um dia cinza

Assim como sol possa surgir

Eu consiga ser um pouco feliz.

Fabiana Ferreira Lopes
Enviado por Fabiana Ferreira Lopes em 18/06/2022
Reeditado em 18/08/2022
Código do texto: T7540418
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