O LUTO DA DÚVIDA
Quando a morte leva quem se ama,
Dói forte demais lá dentro do peito.
Mesmo quando está no cronograma.
Só se pode aceitar o luto no respeito.
Mas, quando tudo é apenas incerteza.
Quem se ama só some sem rastro.
Você procura cheio de muita tristeza.
Sem saber se vivo ou morto o outro.
No começo a procura tem esperança.
Você acha que de repente vai aparecer.
Aguarda cada minuto na confiança.
Com o sentimento de que vai acontecer.
O seu dia é só de pensar em um milagre.
Que logo alguém na porta vai chegar.
Ou um telefonema ou mensagem alegre,
Vai o teu dia enfim, conseguir iluminar.
Mas, finalmente chega à noite sombria,
Sem mudança sobre o desaparecimento.
Dúvida e fé se misturam e te enebria.
O sono some e as lágrimas fazem o pranto.
As noites são longas e cheias de tristeza.
Os dias são automáticos e o aguardo apertado.
A vida continua, porém nada te embeleza.
Pois a falta de notícias te deixa estagnado.
O tempo passa, teu coração se fecha.
As lágrimas já não descem, ficam presas.
A esperança vai se afastando sem brecha.
E você luta para as expectativas ficarem acesas.
Não sei qual dor se faz maior.
Se a aquela que vem na morte certa.
Ou se a aflição da dúvida é pior.
E cheio de incerteza fica a incógnita.