Vou começar a acreditar
Eu permaneço imóvel,
Neste mundo em movimento,
Ando parado,
Estaticamente com passo lento.
A brisa vem sob meu rosto,
Deixando simples esboço,
Somente um eterno andarilho,
Com andar cauteloso.
Aos poucos estou cansando,
Os músculos doem,
Que dor, todos sabem,
Não estou mais adorando.
Nessa corrida em silêncio,
Ganha quem anda devagar,
Nessa mudança de ruas,
Posso não estar lá.
Nenhuma vez chegou se estou atrás,
Nem me querer a frente,
O costume do que se faz,
Não é para sempre.
As pessoas cansam,
Ainda mais os já exaustos,
Sofro sentimentos humanos,
Por serem os prazeres humanos.
A paciência é um dom,
Que só Jesus cultivou até o fim,
Quando o crucifiquei,
Ele estava lá por mim.
Soa estranho,
Brota sentido,
Cheiro de estanho,
Estou diluindo.
No dia que estiver a frente,
Andando tranquilamente,
Vou começar a acreditar,
Chegando o dia do tardar.
Quando começar a acreditar,
Nos teus silêncios,
Pode ser tardio as falas,
Até mesmo para falar.
Virando ruas,
Atravessando sinais,
Quando começar a acreditar,
Não me verá mais.
Se confia demais,
Sob o sol frio por quais,
Talvez não me veja,
Porventura seja tarde demais.
Nunca fui carcereiro,
Nem dono do laço do passarinheiro,
Ser livre é prioridade,
Liberdade deve ser de verdade.
Quando eu começar a acreditar,
No que a boca não queria dizer,
Não há tempo para conversar,
Não há tempo para se arrepender.
Acaso diga que está saindo,
Com ou sem palavras,
Vou começar a acreditar,
Não farei questão de perguntar,
Nem onde está indo,
Se é ou não comigo.