Suplício
Bom dia, meu amor insano!
Corpo esbelto, sedento, insinuante,
sonhos que acalenta minha paixão.
Quantas vezes me iludo nessa espera?
Cada hora sem teu corpo, meu suplício!
Se derrama e vaga, nessa casa fria,
nesse monólogo, teu olhar, teus passos.
Confidências se revelam nessas emoções.
Indiferenças se revelam nesse olhar profundo!
Razão da minha vasta solidão, teu desprezo!
Clamo por ti, nesse fundo, fundo quarto, submisso.
Espanto entre desejos reprimidos, vacilantes...
Cada hora exaspero, na separação dos nossos corpos.
Foram-se todos os odores, nessa despedida.
Fica esse copo vazio da noite passada!
Essa cama desalinhada, do momento vividos!
Por fim, veio o dia desse desamparo!
Inunda minha casa esse silêncio, teu silêncio.
Imagens confusas se desfazem nessa alcova.
Findam as ilusões, os folguedos, nessa partida.