O tempo e nome

Um pouco mais de uma semana de tristeza bastaria...

Se não houvesse um mês inteiro para chover num lugar que não tem nada...

Só a ausência do tempo e uma aurora estranhada.

Que lentamente vai dizendo o porque das horas...

As memórias em paredes são as sobras do passado, que não têm nada de bom, por dia e dor.

Talvez seja a figura do desconhecido em mim...

Não sabia que havia esquecido disso.

Mas vou fazer um pouco de cada dia mais tarde...

Pra gente trocar de roupa e de passado.

Uma presença ausente...

Estilhaços de um espelho inexistente reflete em mim o que eu não sabia.

Sombras que aspiram um assombroso sopro de raiva.

Ódio e medo...

Não é o que eu queria.

Nao habita em mim esta inexata coalizão.

Mas é o que eu posso sentir...

Tolerado por ser inofensivo...

Agora, intolerado!

Por fazer de mim mesmo o que podia.

Cabe agora apenas sentir a alma do mundo inteiro em cima do meu coração.

Que por não ter nada pra fazer, violenta, com a figura da manhã, o fetiche da covardia...

E até penso na sensível condição humana, mas logo esbarro em uma janela vazia.

Aquela imagem que ensina o estranho em mim.

Em nós!

Aquela que só o nosso tempo pode saber...

O que eu não sei é explicar a minha tristeza.

Ela ainda não tem nome.

Não sei como chamá-la...

Ricardo Leal (Ponta de Diamante)
Enviado por Ricardo Leal (Ponta de Diamante) em 17/05/2022
Código do texto: T7517800
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