EMPAREDADA (Republicação)
Esta poesia foi publicada em 26/07/2012.
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Mara amava Petrus que amava Lívia
Um amor profundo que abalava seu coração
Vivia momentos alegres, sentia grande emoção
Desconfiava de outra mas permanecia quieta
Respirava o ar puro nas noites frias de luar
Ao lado do amado na sacada da mansão
Ele a visitava e a tirava de sua solidão
Na sua ausência Mara sentia imensa tristeza
Queria estar sempre ao seu lado, abraçando
Sentir o calor do seu corpo, beijando
Sem a sua presença a vida parecia não existir
Petrus amava Lívia, estava sempre com ela
Gostava de Mara mas não sentia o amor
Pensava em deixá-la, imaginava sua dor
O tempo passava, Mara sentia sua falta
Sabia que dela ele estava se afastando
Na última noite a lua os viu se amando
Foi a testemunha desse clima apaixonado
Não mais o viu, se sentindo abandonada
Meses depois Mara conseguiu encontrá-lo
Sentiu raiva mas não queria magoá-lo
Estava de casamento marcado com Lívia
Ouviu Mara dizer que estava grávida
Marcou uma noite de amor, deixou-a ávida
Pensando numa reconciliação com ele
Levou-a para sua mansão, amou-a loucamente
Mas seu plano era trágico e aterrorizante
Desejava eliminá-la, estava muito confiante
Naquele mesmo quarto Mara foi emparedada
Uma parede no lugar da porta ficou
Amarrada, ali o seu sonho terminou
Ninguém saberia do seu triste fim
Isolado, o quarto parecia não existir
Lívia desse fato não teve conhecimento
Dias depois aconteceu seu casamento
Os anos se passaram, o casal estava feliz
Mas certa noite Petrus acordou de um sonho
Pensou em Mara, passou o dia tristonho
Não imaginava que isso pudesse acontecer
Estava mal, parecia muito desnorteado
Lentamente foi se lembrando do sonho que teve
Queria calar, mas sua mente não o conteve
Mandou derrubar a parede do quarto
Na cadeira apenas ossos pode vislumbrar
Ajoelhou-se chorando, não podia se perdoar
Preso, confessou seu crime hediondo
Suas noites na prisão são intermináveis
Sonha com Mara chamando, mas ele não vai
E um filho pequeno dizendo: “por que, meu pai?”