INDIFERENÇA DE AMOR
Quando te vejo
Gela-me a mão
Paralisa minha boca, embrutece meu desejo,
Na ânsia de um beijo, bate mais forte o coração.
Acovardo-me num marasmo insano
Numa solene recepção hostilizada
Modifico-me num momento de engano
Na incerteza de um instante, duma hora idealizada.
Acovardo-me e fujo
Ignoro minha passagem real na vida
Temeroso, não peço guarida,
Jogo-me ao léu como se joga ao mar um marujo
Você não se apieda da minha alma
Há muito, não tenho calma, vivo a vagar perdido,
Deixo-me levar por causa de você
Frágil, leve, entorpecido.
Se convença meu louco viver
Tente ouvir meu grito, meu sofrer,
Torne-se diferente, arrebate-se.
Caso não me aceite como sou
Não vou chorar nem entristecer
Aprenderei a me valorizar
Depois de tanto sofrer.