Todas as histórias que ninguém conhece
Eu e você compartilhamos momentos
Histórias que ninguém conhecia
Apenas eu e você
Mas você morreu, te vi morrendo
Em uma noite escura e fria
Eu quase não pude crer
De repente soprou o vento
Me deixando aqui sozinha
Mas eu fiz por merecer
Tudo o que já tivemos
E nossas vidas: sua e minha
Já não vão mais crescer
E eu já não lamento
Minha vida vazia
A dor já é prazer
E é assim que as histórias que apenas duas pessoas conhecem morrem junto ao corpo em decomposição, ao cérebro que nada mais retém, à carne que não respira, ao corpo sem utilidade, às almas sem alguém que possa sustentá-las, e logo se esquecem, e com ninguém podem compartilhar suas vivências. É assim que tudo acaba, é assim que é, como se nunca tivesse havido, como se não tivesse acontecido, não mais real que a imaginação, uma alucinação, um sonho de uma realidade que nunca aconteceu, ou pior, um pedaço de vida no rascunho da vida que se desenrolou na realidade que um dia conhecemos, mas deixou espectros e fantasmas para trás, no passado para o qual nem eu, nem você, podemos visitar.