A tristeza de ser poeta
Meu coração absurdo e incompreendido
Escrito, lido e solitário
Cabisbaixo, vago
Sabe-se lá o que me foi pago...
Dor imaginária nas costelas
Sou um fantasma no meio da festa
O que eu sinto me devora
Eu estou do lado de dentro e todos lá fora...
Vivo um ano absorto
Retraído e esperançoso
Parece que vai acontecer tudo de novo
Como se o cérebro fosse se desprender do osso
Quero ir depressa mas o tempo é vagoroso
Meus pés querem voar mas estou presa no lodo
Dores nas mãos e vinho rançoso
Batidas lentas de um coração leproso
Saudade é deleite
Mas a dor no peito que me invade não é de enfeite
Há uma roseira espinhosa atravessada no meu peito
A melancolia me pegou de jeito
Parece até que eu tenho um coração do lado direito
Mas do que adianta essa dor tanta
Se eu não colocar pra fora
E não contar a minha história?