O Nó

 

A cada amanhã

No espelho, nos fita

O nó da incerteza

De dentro dos olhos.

E a gente respira,

A gente se ajeita

E parte pra vida,

E parte pro abraço.

 

Sem sequer saber

O que vai achar

A cada manhã,

A gente caminha.

E enquanto descemos

A escada da alma,

O nó se aperta,

Espera na sala.

 

E mais outra vez

A gente respira

Bem profundamente

Antes de olhar

Pro que nos espera,

Pois o desespero

Só aperta o nó,

Só lustra o cansaço.

 

Se for um sorriso,

Ou se for um grito

Tão desesperado

Que a gente engole

Para não causar

Qualquer desatino,

A gente transforma

Os lábios cerrados

Em leve sorriso,

Mesmo que forçado.

 

E assim, recomeça

Mais uma rotina

Sem qualquer resposta,

Sem qualquer alívio...

E a gente respira

Por sobre o cansaço,

E parte pra vida,

E parte pro abraço...

 

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 31/03/2022
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