Espinho
Nem toda dor sangra.
Tem dor que aperta, tem dor que jorra sal.
Tem dor que empurra o coração sobre a parede do peito.
Só que o coração não sai para fora. Ele não é como o ar que se esvai, não é como a água que seca e não apaga como fogo que termina quando a vela acaba.
A dor existe. E como as plantas, ela também se reproduz.
Faz morada, tem semente, fica com sede, pede o sol.
Dor faz isso? Na verdade, a dor é só um modo de ser no mundo, de crescer, de existir. Ou não. O que será essa mais sentida do que chamada, dor?