Non credo ergo non sum
As palavras dizem duvidas
Os olhos me causam medo
A voz em tom duvidoso
Preciso de mais evidência
De não ter perdido meu valor
Sou talvez obsoleto
Uma lágrima de velório oculta pelo vento
Um velório acontecendo em meio a carnaval
Talvez seja verdade que, no fundo, eu seja mal
Talvez seja correto que no fim eu esteja sozinho
Talvez seja intencional todos os acidentes
Em que eu perco amores e melhores amigos
Em que eu paro no meio de uma estrada
Dezenas de pessoas passando, algumas dançando tango
Mas nunca suportarei em ter só um sustento
Se meu ego desfalece e sinto perecer meu valor
Eu acabaria mendigando alegrias
Se já não estivesse implorando por atenção
Por favor, me dê uma razão para ser
Seja para mim o espelho do que há de positivo
Sinto que eu sou autodestrutivo
Sinto que acabarei desaparecendo entre vozes
Me calando por uma garganta ferida de tanto querer gritar
Você talvez nunca vai acreditar
Mas eu um dia arrisquei até mesmo sonhar