Prazer e Angústia
O prazer que me assume e me controla
A culpa que me consome e disforma
A traição não ocorrida, mas talvez iminente
A carne aflita, o desejo fervente
A alma treme, sofre e geme
Goza, sangra e teme
O nada e o tudo
A descoberta, a ferida aberta
O não acontecido e o não evitado
O caráter duvidoso no sorriso amistoso
A verdade morta na boca aberta
Na fala incerta, no olhar vazio
De um sujeito falho e frio
Absorto em seu amor morto
Não fiz, quero fazer
Não fiz, ensejo o acontecer
Não fiz, me destrói querer
Não farei, mas por isso sofrerei
Honrarei, mas por isso morrerei