"LUZES" DA GUERRA.
Tal qual um trem descarrilhando,
O mundo se desesperando,
Acenderam luzes da guerra.
Como estrelas cadentes
as bombas encandescentes,
Banham de sangue a terra.
Num misto de amargo e sal
Surge o paradoxal
De trevas trazerem luzes:
Guerra se fez, clareando,
E a paz, se encandeando,
Vem dor, lágrimas e cruzes.
Urra o som dos canhões,
Como se fossem trovões
A ecoar na eternidade.
Vidas são interrompidas,
Ceifadas sem despedidas
Na mais vil brutalidade.
É a coisa mais insana,
A bestialidade humana
Tomando as rédeas do mundo.
O medo que desespera,
É o terror que impera,
É o pavor mais profundo.
Igual manada de animais,
Como está nos anais,
Povos correm em fuga.
Logo são repetições
De tresloucadas ações,
Loucura que não refuga.
Buscam por sobrevivência
Ao fugirem da violência
Que permeia em suas terras.
Como outrora história
Entre glória e inglória,
Entre paz e paz e guerras.
Fuzis, que bocas acendem,
E que a morte, rescendem,
Soldados se digladiam.
Uns invadem outros defendem
A terra a que pretendem,
A guerra norteia, os guiam.
Deus, Senhor do Universo,
Que faça isso em reverso
E o ódio volte atrás.
Que o amor seja prevalência,
Seja Reino de excelência,
À terra, sob a luz da paz!