Amada morte... morte amada [Rascunho]

morto, o silêncio veio habitar meu coração...

um canto insosso que levou-me em um sopro

para o fundo de uma ilusão

corpo na estrada, travado na esquina...

a lei é uma sorte... espera-me na surdina...

luz branca que me silencia

na autoritária aurora de minha grande agonia

eu grito solo sem voz...

sou meu próprio algoz

chorando na cama diante do meu silêncio...

não ouço nada brandindo como antes...

são breves instantes

...

que me consomem

...

eterno torpor

II

lega-me ao outro lado

não veja a minha face...

eu sou escuro e meus olhos dormem

no grande sonho que nunca existiu...

meu coração não mais contesta, pois em festa

neste mar se perdeu

adeus minha amada tão cedo lhe vi partir,

triste me perco no meu nada,

errando de estrada em estrada,

nos seus braços.... eu não me perdi...

mas seu aroma em mim persiste,

uma saudade que não existe...

sem vida... sem sua voz

lamento por essa vida

que esgueira por caminhos tortos

sem sua voz, sem um nós...

só na mente existe,

somente eu e o peso de um tormento que nunca se desvenda...

é a minha morte em uma vida que nunca existiu

Josué Viana
Enviado por Josué Viana em 18/02/2022
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