Amada morte... morte amada [Rascunho]
morto, o silêncio veio habitar meu coração...
um canto insosso que levou-me em um sopro
para o fundo de uma ilusão
corpo na estrada, travado na esquina...
a lei é uma sorte... espera-me na surdina...
luz branca que me silencia
na autoritária aurora de minha grande agonia
eu grito solo sem voz...
sou meu próprio algoz
chorando na cama diante do meu silêncio...
não ouço nada brandindo como antes...
são breves instantes
...
que me consomem
...
eterno torpor
II
lega-me ao outro lado
não veja a minha face...
eu sou escuro e meus olhos dormem
no grande sonho que nunca existiu...
meu coração não mais contesta, pois em festa
neste mar se perdeu
adeus minha amada tão cedo lhe vi partir,
triste me perco no meu nada,
errando de estrada em estrada,
nos seus braços.... eu não me perdi...
mas seu aroma em mim persiste,
uma saudade que não existe...
sem vida... sem sua voz
lamento por essa vida
que esgueira por caminhos tortos
sem sua voz, sem um nós...
só na mente existe,
somente eu e o peso de um tormento que nunca se desvenda...
é a minha morte em uma vida que nunca existiu