HISTÓRIA FATÍDICA
Foi naquela maldita noite
Barulhenta, festiva, sinistra
Que a vi e me apaixonei perdidamente
A música agitada, efervescia todo o meu ser
Por inteiro
As emoções fervilhavam
E mexiam com os meus sentimentos
Falsos e verdadeiros
Entreguei-me sem medo, culpas ou indagações...
Você estava linda, lânguida, jovem, fresca
E me envolveu num mar
De novas e indescritíveis sensações
Sem razões lógicas de existirem!...Emoções!
Deixei-me levar pelo encanto mágico
Na escuridão do aposento
Para onde lhe arrastei
Na ânsia incontrolável de saciar
Nossos desejos animalescos
E na sofreguidão daquele momento
Vivi intensamente cada segundo
Percorri todo o seu corpo minuciosamente
Com ardor
Deliciei-me com o seu gozo
Escancarado, debochado, sem pudor
Hoje sozinho, abandonado
Pago o alto preço pelo desejo
Desenfreado, bestializado
Pelo feroz animal libertado
Naquela fatídica noite de setembro!
Doente carrego no sangue a herança
do vírus maléfico
Sou mais um, entre milhares
Um inconsciente sem sorte
Um aidético terminal
Condenado à morte
Preso a uma fria cama de hospital!