Declínio

Essa caneta já mal gasta tinta…

Esse poeta já não é mais tão bom…

Já não se toma mais banho com água fria…

E esqueça que esse início pode ser bom…

Já não há mais fervor pela vida

E nem mesmo a vontade de morrer

Nunca pensei que correr atrás das vitórias em minha vida fosse uma corrida

E nem que perder fosse essa angustia que te faz sofrer

Eu perdi…

Perdi meu amor, perdi as palavras

Perdi minha musa e até minhas rimas

São somente versos escorrendo nesse papel até o lixo

Tomo um banho de água fervente

para esquecer todo o cinza que a vida me deixou

E continuam queimando tudo feito fogo retardo

Deixando a fumaça semelhante a todo vapor daquele banho

Essa fumaça me sufoca feito corda

o espelho embaça que nem catarata em meus olhos

talvez desse pesadelo alguém me acorda

ou feito esse verso deixe apenas estragar meu dia

Queria ser aquele que tirou a espada da pedra…

ou o escolhido pelos céus e destinado a grandeza

talvez o homem que mude a vida do próximo

mas certamente sou o lendário vagante que guarda consigo sua experiência

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 14/02/2022
Código do texto: T7452385
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