Declínio
Essa caneta já mal gasta tinta…
Esse poeta já não é mais tão bom…
Já não se toma mais banho com água fria…
E esqueça que esse início pode ser bom…
Já não há mais fervor pela vida
E nem mesmo a vontade de morrer
Nunca pensei que correr atrás das vitórias em minha vida fosse uma corrida
E nem que perder fosse essa angustia que te faz sofrer
Eu perdi…
Perdi meu amor, perdi as palavras
Perdi minha musa e até minhas rimas
São somente versos escorrendo nesse papel até o lixo
Tomo um banho de água fervente
para esquecer todo o cinza que a vida me deixou
E continuam queimando tudo feito fogo retardo
Deixando a fumaça semelhante a todo vapor daquele banho
Essa fumaça me sufoca feito corda
o espelho embaça que nem catarata em meus olhos
talvez desse pesadelo alguém me acorda
ou feito esse verso deixe apenas estragar meu dia
Queria ser aquele que tirou a espada da pedra…
ou o escolhido pelos céus e destinado a grandeza
talvez o homem que mude a vida do próximo
mas certamente sou o lendário vagante que guarda consigo sua experiência