para onde... vem?

o ser social que se desloca

nas ruas iluminadas, pendendo à esquerda

na neve concreta e pouco subjetiva

que se apega ao pensamento

não se rendendo ao gozo fácil e dócil

da reflexão revertida,

batida e putrificada

o fim rui

a rua se abre

e o ponto de partida

se impõe à frente

o destino agarra-se ao pouco incerto

ele volta sangrando

metaforicamente

pro meu peito aberto

não tanto simbólico

apenas eufórico e áspero

um dois três

não há sol lá fora

e as luzes machucam seus olhos

o pudor se esvaiu em seu rastro

de perto pergunto languidamente

onde está

meu bem?

Nicoly Diniz
Enviado por Nicoly Diniz em 12/02/2022
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