𝖮 𝖡𝖺𝗇𝖺𝗇𝗂𝗇𝗁𝖺
Ele vivia nesse mundo ao relento
Não tinha nenhum pão, não tinha sustento
Numa cidadezinha próximo ao interior
Menino novo já sabia o que era a dor
Que corrói o estômago a cada passo dado
Ou até mesmo se ele ficasse parado
O que seria do mundo se todos não tivessem o que comer?
Uma catástrofe nós iríamos viver
Mas a história aqui contada é do menino novo
Reconhecido no meio de milhares de rostos
Como O Bananinha
Quando a fome apertava, ele dizia: "Tio, mata minha fome?"
Mas nenhum tio estava aí pra fazer fama com o nome
Sentir-se o herói das crianças sem-teto
Foi aí que O Bananinha começou a ficar esperto
Foi pra roça e lá invadia sítios pra pegar banana
Sorte a dele ainda não ter ido em cana
Ou ainda não ter sido pego por um dos fazendeiros
O Bananinha era um menino muito ligeiro
Subia nas árvores com uma rapidez
Pegava as bananas e se sentia o freguês
Um belo dia O Bananinha foi roubar as bananas
O fazendeiro viu, o olhou de banda
Pegou a espingarda e caminhou até a árvore
O Bananinha desceu e a bala comeu
Menino novo não aguentou, caiu no chão e morreu
O Bananinha agora dorme do outro lado
Fez história por aqui e ficou marcado.
Karol Pisaro - Domingo - 30/01/2022 às 09h40min.