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Entre cartas de amores, eu me vi soluçando

No caderno, um pingo de meus olhos bradando

Ao escrever com mãos trêmulas, meus sentimentos

Eu queria que acabasse de vez esse tormento

Mas, é tempo de guerra e eu tenho que aceitar

Que você foi recrutado para lutar

Como eu queria que essa carta chegasse até você

Nas entrelinhas da trincheira, sem ninguém saber

Quanta dor eu sinto, por você ter partido

Um mar de lágrimas escorrem num suspiro

Molham todo o papel no qual eu estava me expressando

As forças de minha vida estão acabando

Quanta dor!

Vou pendurá-las no varal com o pregador

Para que a carta seque com amor e leveza

Prega dores!

Deixa de lado essa imensa tristeza

Se eu pudesse, eu deixaria com toda certeza

Mas é tempo de guerra e eu não me conformei

O chamado de meu amado, triste fiquei

A carta está secando no varal

E minhas dores estão pregadas lá no quintal

Prega dores!

Pra ver se eu alivio um pouco essa tensão

De um amor que acabou no campo de concentração.

Karol Pisaro - Sexta-Feira - 28/01/2022 às 12h38min.

Karol Pisaro
Enviado por Karol Pisaro em 05/02/2022
Código do texto: T7445222
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