Do que extraí da dor
Sinto o peso do mundo em minhas costas
Uma dor lancinante, interminável
Como se tudo de ruim encontrasse um fim em mim
Busco entender o porque de tamanha dor
De tanta coisa ruim que recai sobre mim
Já que eu nunca fui assim, nunca fui isso
Vejo com clareza que eu não sou ruim
Fui coberto pelo negativo que lançaram sobre mim
As minhas transgressões não são aquelas que me imputaram
Errei, muito, e isso não nego
Porém errei de boa fé, não com dolo, não por maldade
Algumas vezes errei tentando acertar
Tenho minha parcela de culpa e assumo as minhas faltas
Busco consertar o que é possível e cabe à mim
Nunca desejando despejar no outro a multidão de meus erros
Sei da bondade que carrego e do quanto fui acusado injustamente
Não posso olvidar que uma grande carga foi lançada sobre mim
Para, talvez, aliviar o sentimento de culpa alheio
Porém não julgo e nem condeno quem assim o faz
Sei o quanto é difícil exercer a humildade de se expor
Praticar o arrependimento e pedir perdão
Mas essa carga (que não me pertence) não vou mais carregar
Nenhuma acusação que fuja do arcabouço dos meus erros
Eu tomarei como minha e nem serei tido por culpado
Esse mesmo peso que está nas minhas costas para doer
Me faz fortalecido para suportar mais
Para aprender a não carregar a culpa alheia que me imputam
De tudo isso sairei uma pessoa melhor, uma pessoa mudada
Que terá caminhos melhores e menos tortuosos
Onde verei o sol brilhar novamente