Os vãos da porta

quando se invadirem nossos quintais

restará a pétala esmagada

a marca no cimento fresco na calçada

o barro do retorno da sola do coturno.

nosso susto se verá na luz inclinada

morrendo a lamparina já quase apagada

a lona preta sob nosso teto ,será o nosso céu escuro

secas as flores que plantamos

todas ladeando o muro

os espinhos da roseira, são caninos na aorta

e o bafo quente da serpente,

invadindo os vãos da porta

Raul Arantes
Enviado por Raul Arantes em 01/02/2022
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