O abandono.
-Pois seu amor escorre entre dedos
Longe, esse baluarte está:
Amor, vírgulas, sofreguidão.
-Tenho lembranças do vento sul
Soprava-me entre palmeiras, flores, relva.
Porém, na sombra teu corpo
Gritava em silêncios: autoritário, nu.
-Não é esse o lampejo dos fracos?
A imagem dos teu beijos esquecidos?
Era bálsamo, rugas, salivas, unhas,
Conquanto, hoje, apenas: solidão.
-O verso de amor que te escrevo
É como teu filho órfão:
Coloquei no seu ventre cheio de sêmen
E tu o abandonaste diante da desesperança
De um deus pagão!!