TRAJETÓRIA
O frio açoita a alma escura...
Obscura existência dicroica e deformada
Como cicatriz profundamente impressa à carne exposta
Numa aviltada raiz ...
Descolorada tatuagem eternamente impressa
Na pressa do tempo descomposta...
Na face molhada, a dor pulsante
Na fraca existência delirante, o desejo da morte...
De que adianta o amor, se não se tem a sorte?
Amar eternamente...
Compulsivamente à vida expor-se errante
Findar a termo...
Viver à esmo num deserto, incólume
A mágoa de em vão se exumar constante
À guisa da Phoenix de viver distante
Renascer de cinzas, mas de um fim presente
Na trajetória delirante do viver ausente.
Ederval Magalhães