Encantos dos nossos cantos
A doce esperança vigia
As casas que antes os abrigavam
De barro se vestiriam.
A chuva que corre espreita
Aos rios fazem companhia
E enquanto a carreira é feita
As memórias são destruídas.
O rio que nasce na encosta
Não prosta sua rebelia
Vai levando não só a crostra
Leva a alma da pessoa doída.
Lá do alto das montanhas
Da terra de Aleijadinho
O cenário da aliança
Dá lugar ao antagonismo
Que nem casa e terra separa
Resvalando-se sombria:
Onde a casa antes assentada
Destroços se tornaria.
Não bastassem tantas mazelas
De um povo cuja face se recria
O temor faz companhia pras velas
Que acendem para o santo do dia:
-Que não toquem as sirenes!
Oh, Deus. Um clamor por dia!
- Que as barragens permaneçam serenas
apesar da ganância das companhias...
-Que nunca se esqueçam da humanidade
tão sofrida, desvalida.
- Que a riqueza seja contravia... Mão única, o povo desvia.
- E que o rio volte ao seu leito, perfeito...
Deixando dormir os seus filhos, tranquilos.
"-Oh, Minas Gerais! Quem te conhece não esquece jamais.
Oh, Minas Gerais."