O Paraíso morre quando você está triste

Ouço aquele velho som reverberar

Sinto o assopro da vida em minha mente

Minhas pernas começam a falhar

Finjo saber o que meu pulso sente

Mas no teatro da vida eu sou coadjuvante

Da felicidade, apenas um simpatizante

Me deram as escolhas erradas

-Aquelas de Frost e sua estrada-

A efêmera ilusão do ato de sorrir

Me lembra da frustação do passado

E então eu tento apenas mentir

Por debaixo de um semblante mascarado

Canta-me a Cólera de Homero

Saudando a raiva que venero

Ao saber que sou apenas humano

Absorvendo a aura que emano

O gelo da vida me paralisa frente ao meu ser

E meu dia logo se torna o anoitecer

Ouço então o som do lado de fora

-Em certo dia, á hora, da meia-noite que apavora-

É aquele corvo de Poe e seu "nunca mais"

Emudecendo minhas cordas vocais

Então me afundo em poesias e seus sentidos

Mergulho no abissal desconhecido

Para me juntar a corações partidos

E quem sabe, um dia ser ouvido

(Guilherme Henrique)

Pássaro de asas quebradas

PássaroAzul
Enviado por PássaroAzul em 07/01/2022
Código do texto: T7423613
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