O Paraíso morre quando você está triste
Ouço aquele velho som reverberar
Sinto o assopro da vida em minha mente
Minhas pernas começam a falhar
Finjo saber o que meu pulso sente
Mas no teatro da vida eu sou coadjuvante
Da felicidade, apenas um simpatizante
Me deram as escolhas erradas
-Aquelas de Frost e sua estrada-
A efêmera ilusão do ato de sorrir
Me lembra da frustação do passado
E então eu tento apenas mentir
Por debaixo de um semblante mascarado
Canta-me a Cólera de Homero
Saudando a raiva que venero
Ao saber que sou apenas humano
Absorvendo a aura que emano
O gelo da vida me paralisa frente ao meu ser
E meu dia logo se torna o anoitecer
Ouço então o som do lado de fora
-Em certo dia, á hora, da meia-noite que apavora-
É aquele corvo de Poe e seu "nunca mais"
Emudecendo minhas cordas vocais
Então me afundo em poesias e seus sentidos
Mergulho no abissal desconhecido
Para me juntar a corações partidos
E quem sabe, um dia ser ouvido
(Guilherme Henrique)
Pássaro de asas quebradas