Castelo de Cartas
O pente
Seu cabelo, ele penteia
Vigor, seus ossos
Ele serpenteia
Esperança, te abraça
E te rodeia
Tantas bênçãos, ela semeia
Somente enquanto você estiver
Na sua teia
Viúva negra
Sua plenitude, ora ela violenta
Ora ela acalenta
Ela é tormenta
Na qual você assenta
Se escapar, pensa
“Estaria eu, livre dela
Tomado por doença?”
Cada carta
Do seu castelo, arrancada
Cada uma
Por farpa
Rasgada
Surrada
Maltratada
Destroçada
Toda agressão, disfarçada
Envelopada
Como amor perfumado
Em carta
Você ignora
A maldade que aflora
Desta esbranquiçada flora
Sentimento ruim, você chora
Seu socorro, ela sufoca
Seus olhos, para o mundo lá fora
Ela os oculta
Enquanto tua boca saboreia
Sua doce e venenosa
Amora