Póstumo
Súbito, em mim, invade tônica a vileza
Irrompendo uma profunda bílis
Essa vida é o meu calcanhar de Aquiles
E a flechada é todo meu ser vivente
Tendo abandonado todos os estudos
Dedico-me exaustivamente a gramática
E a fatídica mecânica, jaz, agora, estática
Neste mundo que me fez pequeno
E pensando mortes vou cruzando os trilhos
–O que hão de pensar todos os meus filhos?
Questiona o tormento em meu raciocínio.
É preciso tempo para dirimir as dificuldades
A tristeza e o palor são as celebridades
Neste homem póstumo que sou eu mesmo!