MONTANTE
E mais uma vez, chora dezembro,
tentando levar o que não quer ir embora,
arrancando de qualquer jeito o que não fixa morada.
Tanta chuva, tantos raios, tanta enxurrada,
e essa profusão de sentimentos dispersos,
emergindo em lágrimas a perda e o fracasso...
a diferença da noite transbordando de dia,
o destemor de cada hora em agonia,
e alguns, distantes, ainda riem e comemoram
o que para outros partiu sem sequer um abraço.