As Escolhas, que Eu Não Fiz
Não escolhi ser escravo
Não escolhi ser pobre
Não escolhi esse favo
Não escolhi ser nobre
Não escolhi esse presente
Não escolhi essa dor
Não escolhi esse presidente
Não escolhi ser flor
Não escolhi meu irmão
Não escolhi meu filho
Não escolhi a escuridão
Não escolhi esse gatilho
Não escolhi minha sorte
Não escolhi meu anjo
Não escolhi qualquer morte
Não escolhi ser arranjo
Não escolhi meu sapato
Não escolhi essa doença
Não escolhi meu prato
Não escolhi essa sentença
Não escolhi o acidente
Não escolhi meu sexo
Não escolhi ser diferente
Não escolhi meu reflexo
Não escolhi o tamanho do pé
Não escolhi ser poeta
Não escolhi ser mané
Não escolhi a tua boeta
Não escolhi meu meio
Não escolhi minha religião
Não escolhi o seio
Não escolhi minha nação
Não escolhi a guerra
Não escolhi a fome
Não escolhi a desterra
Não escolhi meu nome
Só escolhi, ser convencido
Porque, escolhi não pensar
Nem cidadão, nem indivíduo
Escolhi, apenas acompanhar