Homenagens

Perderá toda a tua validez

Mesmo entre gritos nus

O relógio lhe abocanha

Mesmo mortal, a morte te abomina

O museu aguarda tua vinda

Personalidades de sangue e areia

Antevendo oratórias descompromissadas

Em um batismo fútil que assombra nossa segurança

Não me fale de compromissos

Tenho aos montes, desculpas e álibis

Porém, sou servo daquilo que desejo

Me pondo a dispor de seus atos

Sou a amante de mariposas

Que tecem fios embriagados

O exagero de teus versos matinais

Me informa a possibilidade da cólera

Sem parafina, a imagem emudece

Sem estímulos oblíquos, o silêncio vence

Há outros avatares para desencarnares

Entretanto, o preço da dúvida grita subordinação

Em meus olhos, abriga-se teu conceito

Interpretado por minha condição

Cantando sátiras à tuas entranhas

Esparramadas nas ruas de cristais

A maldição e o esquema de pirâmide

Nunca quebrantadas, engolidas pela pressa

Inimiga de toda a ressureição do espírito

E maior vilã do século fluído cristalizado

Seu nome uma petição digital

Sua pele uma parede hospitalar

Sua voz, súbitos franceses mortos

Seus dentes atuando ao feitiço de guilhotinas...

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 30/11/2021
Código do texto: T7397329
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