Homenagens
Perderá toda a tua validez
Mesmo entre gritos nus
O relógio lhe abocanha
Mesmo mortal, a morte te abomina
O museu aguarda tua vinda
Personalidades de sangue e areia
Antevendo oratórias descompromissadas
Em um batismo fútil que assombra nossa segurança
Não me fale de compromissos
Tenho aos montes, desculpas e álibis
Porém, sou servo daquilo que desejo
Me pondo a dispor de seus atos
Sou a amante de mariposas
Que tecem fios embriagados
O exagero de teus versos matinais
Me informa a possibilidade da cólera
Sem parafina, a imagem emudece
Sem estímulos oblíquos, o silêncio vence
Há outros avatares para desencarnares
Entretanto, o preço da dúvida grita subordinação
Em meus olhos, abriga-se teu conceito
Interpretado por minha condição
Cantando sátiras à tuas entranhas
Esparramadas nas ruas de cristais
A maldição e o esquema de pirâmide
Nunca quebrantadas, engolidas pela pressa
Inimiga de toda a ressureição do espírito
E maior vilã do século fluído cristalizado
Seu nome uma petição digital
Sua pele uma parede hospitalar
Sua voz, súbitos franceses mortos
Seus dentes atuando ao feitiço de guilhotinas...