DE MINHA VIDA, A SOLIDÃO

 

Não me olhe não,

 

não te pararei jamais para uma despedida,

já que sempre fui, um excluido pela vida,

vá, siga sempre em sua direção...

 

Nada agora para te  dizer tenho,

creio que nunca mais, te pedir venho,

nem um pedacinho de pão.

 

Não me olhe não,

 

Sou feio,mal vestido, rasgado, sou estranho...

Mas sempre com a natureza, tomei o meu banho,

que é de graça, nas águas límpidas do ribeirão.

Te olho de longe, acompanho seu longos passos,

mas sei que não posso receber seus abraços,

sou mendigo, não tenho direito de ter um irmão...

 

Não me olhe não,

 

Vire seu rosto dessa triste e imunda calçada,

ignore a pessoa, de uma vida tão desgraçada,

que jamais fez parte de sua religião...

 

Não me olhe...

 

Não encontrará nunca o olhar de um mendigo...

Fuja, não tente nunca ser um meu amigo,

sou feio, doente, imagem negativa da ilusão...

 

Não me olhe não,

 

Não quero que veja a minha vazia sacola,

por que hoje, não tive sorte com esmola,

não quero mostrar para sua vida, a solidão.

 

Em breve, numa  manhã ,quando aqui passar,

e esse corpo tão frágil, não mais avistar,

peço um favor, dê um carinho ao meu cão...

 

Mas hoje,

 

NÃO ME OLHE NÃO...

 

 

 

 

 

 

 

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 26/11/2021
Reeditado em 27/11/2021
Código do texto: T7394609
Classificação de conteúdo: seguro