ABISMO
À beira do abismo
Sustento segundos do desfrute
De um deleite como um Deus
Estabeleço contrastes entre tuas vestes e tua derme
Meu olhar que dorme e acende
Em tuas correntezas e poços
Na ordenação de um fugitivo
Sem alívio, consternado se atira
No teu colo
Domínio cálido em teus poros
Um ego que se exibe e me reduz
Em teus lábios meu ser escorrer
O amor não se traduz nessas horas
É um desmanchar sem precedentes
É um entardecer lentamente
Poucos estão a esperar
O sol tantas vezes nasceu sozinho e se pôs caindo
Belo mas sem nossos olhos fitados nele.