NUM CANTO VAZIO
O
Como se fosse um cisne, só, nos lagos,
recebo de pessoas uns olhares tão vagos,
perguntando, por que não trouxe alguem?
Me veem sempre só, sou mesmo solitário,
minhas roupas mostram, não sou missionário,
não sabem que no meu mundo não á ninguem.
No restaurante,sento na última mesa do fundo,
olhando para um copo vazio,esse e meu mundo,
dos dois só um uso,para mergulhar no vinho.
Famílias e casais me olham,alguns admirados,
noto as vezes nas mesas, em olhares disfarçados
sobre esse homem, que está jantando sozinho.
Quando em festas, lá isolado, num vazio canto,
observo alegrias, quando meus olhos levanto,
prefiro a solidão ,vou ver as flores do jardim.
A vida, para alguns como eu, sempre ingrata,
não permite nunca, participar de uma serenata
nem de lembrar de um alguém,junto de mim.