Há uma bomba
Há uma bomba lá na frente
De longe eu a vejo vindo
Uma bomba que estilhaça para todos os cantos,
lá no infinito
Montar a bomba é inevitável
Desarma-la, um parto
Não quero concebe-la
Não porque na explosão eu insisto
Mas no imediatismo que fui fadado
Há uma bomba lá na frente
Cada vez mais se aproximando
O tempo é ainda mais implacável
quando se está sangrando
O conflito interno, diante do amanhã, indomável
Carrega-lo consigo, imenso fardo
Não quero carrega-lo
Já não aguento os segundos passando
Pautados no passado
De dias que bomba nenhuma de longe eu via
Pois nem pólvora eu havia gerado