Sofrimento, pena e pranto

Eu te vejo na agonia

Do teu sofrer longo e lento.

Suportas e eu enfrento

Chaga, dor e hora fria.

Perdes a voz e a energia,

Mas eu não perco a esperança.

Tua face é frágil e mansa

Como a minha lágrima interna

Com a calma que me consterna.

Teu corpo morno e coberto

Precisa de mais conforto.

Recebe meu afago certo,

Ajeitando um lado torto:

Fico a postos, pronto e perto

Do teu espírito absorto.

Sofres em silêncio. E eu

Sigo esse exemplo teu.

Na dor que nos avizinha,

Abala, fere e definha,

Tua pena é maior que a minha;

Teu pranto é menos que o meu.