Cadeias

Cadeias invisíveis me aprisionam

Incapaz de me libertar

Uma lágrima solitária

Uma dor que dilacera

Busco uma saída

Corro sem sair do lugar

Me afundando em um mar de lama

Não consigo respirar

Uma mão em meu pescoço

Tira o meu ar

Sem oxigênio

A luz do palco começa a apagar

Só resta uma acesa

Mas o medo é como um carrasco

Prestes a puxar a guilhotina

Talvez seja isso

Talvez seja essa a mão que me sufoca

Continuo afundando

Em meio a escombros

Cacos de uma vida

Uma farsa

Uma comédia

Uma tragédia de Shakespeare

Uma mentira

Que se tornou verdade

Uma verdade que se tornou mentira

Confuso

Vazio

Oculto

A última luz se apaga

A cortina enfim desce

E onde eu estava

Onde ela estava

Quem dera saber o destino

Mas em suas cadeias

Adormeceu

Ingrid Vale
Enviado por Ingrid Vale em 06/11/2021
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